De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o setor de construção é responsável por 38% do total das emissões globais de CO2 relacionadas à energia, e algumas estimativas sugerem que o investimento em uma infraestrutura mais resiliente poderia economizar para a humanidade "incríveis US$ 4,2 trilhões em danos causados pela mudança climática". Este blog destacará algumas das oportunidades de introduzir a resiliência no projeto de construção, o que ajudará a atender ao futuro de baixas emissões e resiliência climática da Nova Zelândia.
Recentemente, li um brilhante ensaio de um estudante sobre o aumento da resiliência em nossos ambientes construídos. O artigo delineava e explicava algumas ideias e conceitos sólidos, todos bem pensados e realizáveis, mas não pude deixar de pensar que é um pouco como estacionar uma ambulância no fundo de um penhasco. Se o setor leva a sério a redução do nosso impacto no planeta, nós, como projetistas, precisamos fazer mais para reforçar as medidas de resiliência da construção no estágio inicial do projeto.
Carbono incorporado
Há dois tipos de emissões de carbono associadas à construção: incorporadas e operacionais. O carbono incorporado abrange a extração das matérias-primas, o processo de fabricação e o transporte necessário para distribuir o produto. As emissões operacionais de carbono são considerações pós-construção, como aquecimento, ventilação e consumo de energia.
Muitas pessoas não se dão conta da importância da pegada de carbono incorporada na construção. Com quase 40% do total de emissões globais, ela é enorme. Os diferentes tipos de materiais usados no processo de construção - tijolos, concreto, aço, vidro, madeira e plásticos - precisam ser fabricados, enviados e distribuídos. E embora o preço e a disponibilidade muitas vezes restrinjam a opção de alternativas produzidas localmente, muitos desses produtos tendem a se originar de uma grande variedade de lugares distantes em todo o mundo.
Resiliente por design
Os engenheiros e arquitetos de construção estão em uma posição única para influenciar o design e a especificação de novos projetos de construção. Seu conhecimento e experiência podem ser direcionados para criar estruturas mais resistentes que reduzam as emissões de carbono durante toda a vida útil do edifício. E mesmo após a construção, é preciso pensar e considerar de forma semelhante a manutenção, as alterações ou os planos de ampliação, bem como as considerações sobre o fim da vida útil, como a demolição e o descarte de materiais.
Então, como projetistas de edifícios, como podemos melhorar? O que podemos fazer para reduzir o carbono incorporado em nossos projetos e especificações? Cada vez mais, os clientes estão pedindo opções de construção com baixo teor de carbono, mas precisam ser convencidos de que esses produtos alternativos são igualmente adequados e duráveis. Ao longo dos anos, fiz parcerias com alguns clientes que, embora particularmente entusiasmados com a construção de uma casa ecológica simples, pretendiam importar materiais de construção para seus projetos da Europa e da América do Norte, o que aumentava exponencialmente a pegada de carbono.
Essencialmente, as principais considerações sobre o projeto de edifícios resilientes se enquadram em três categorias:
- Encontrar alternativas de baixo carbono para materiais de construção - O concreto é barato e fácil de fazer, mas representa cerca de 7% das emissões globais de carbono. Uma redução tangível no carbono do concreto pode ser tão simples quanto especificar um concreto de menor resistência sempre que possível. A alvenaria com baixo teor de carbono, geralmente mais leve e com excelentes qualidades térmicas, também está amplamente disponível no mercado. A madeira é um ótimo substituto para o concreto e o aço na construção de prédios baixos; ela é de origem sustentável na Nova Zelândia e sequestra o carbono. As modernas técnicas de fabricação permitem a construção de vigas de madeira laminada de praticamente qualquer tamanho ou formato, proporcionando excelente desempenho e apelo arquitetônico, com a vantagem adicional de ser fácil de trabalhar no local.
- Reutilização e reciclagem - Produtos reciclados de aço, vidro, cerâmica e plástico oferecem excelentes opções para revestimentos externos, painéis de parede, sistemas de telhado, telhas, componentes estruturais de aço e muito mais.
- Compra local - O transporte desempenha um papel importante no impacto das emissões de carbono de muitos produtos de construção. Sempre que possível, precisamos comprar mais perto de casa, o que também apoia a economia local.
O futuro
Na Nova Zelândia, há inúmeros exemplos de edifícios de cinco ou seis andares em que grandes vigas fabricadas em madeira foram usadas em vez de aço ou integradas como parte de um sistema híbrido. A madeira é pouco sequestrante, mais leve, simples de ajustar e tem bom desempenho durante um terremoto quando detalhada adequadamente. Há vantagens econômicas, pois a madeira é muito mais fácil de ser trabalhada e instalada, reduzindo os trabalhos especializados.
Para introduzir a resiliência no projeto de construção, precisamos especificar produtos de origem local e de baixo carbono sempre que possível e garantir a reutilização, a reciclagem e a redução de resíduos. Devemos nos afastar de nossa mentalidade social de "jogar fora" e consumir menos recursos. Portanto, em apoio aos compromissos verbais do setor com iniciativas de sustentabilidade e ambientais, sociais e de governança (ESG), vamos começar a pensar em como podemos projetar edifícios com uma vida útil mais longa e um futuro no mundo de amanhã.
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