As tecnologias emergentes e as montagens robóticas estão a abrir caminho para que a automação se torne uma parte significativa da vida. Eficiência, segurança, produtividade e conveniência são algumas das razões por detrás da crescente dependência destas tecnologias. Do ponto de vista financeiro, faz sentido: As máquinas não apanham gripe, não se lesionam nem tiram férias e não são capazes de cometer lapsos de julgamento. No entanto, enquanto houver humanos envolvidos na conceção, manutenção, reparação e actualizações do sistema, a utilização de conjuntos robóticos está longe de ser isenta de riscos.
Tecnologias de robôs populares
Em 1969, o pioneiro da robótica Victor Scheinman inventou o "braço de Stanford" - um robô articulado de seis eixos, totalmente elétrico, que continha juntas rotativas. Demonstrou o potencial dos robôs para realizarem tarefas complexas como soldadura, embalagem e montagem. Os robots articulados são concebidos para imitar a funcionalidade de um braço humano e possuem 2 a 10 juntas rotativas - cada junta adicional permite um maior grau de movimento.
Imaginem isto: dois robots que se assemelham a braços de máquinas estão montados lado a lado num balcão de saladas a preparar uma salada mediterrânica. O chefe Ilan Barniv, originalmente um padeiro de Jerusalém, está a ensinar os robôs a transformar as suas receitas em entradas. À medida que cada robô adquire conhecimentos adicionais, estes são partilhados com o segundo robô, que por sua vez os partilhará com os futuros robôs da cadeia de restaurantes do chefe. De facto, esta é uma cena da vida real, que acontece num restaurante chamado Bonapita em West Roxbury, MA; ambos os robôs fazem parte de uma nova geração de robôs inteligentes que utilizam a inteligência artificial para aprender, adaptar e melhorar continuamente o desempenho.
Outras tecnologias emergentes já são comuns em alguns ambientes. Num campus universitário, por exemplo, é possível ver robôs de seis rodas para entrega de comida, conhecidos como robôs móveis autónomos (AMR). Os AMRs tomam decisões em tempo real, utilizando sensores e câmaras que lhes fornecem informações sobre o que os rodeia. Outra tecnologia, os veículos-guia automatizados (AGV), são os robots que correm de corredor em corredor para satisfazer encomendas num armazém da Amazon. Por último, os robôs colaborativos (cobots) funcionam ao lado ou diretamente com os seres humanos e foram concebidos para reduzir as tarefas manuais, perigosas e extenuantes do fluxo de trabalho humano.
Crescimento do sector
O mercado da robótica está a crescer e é provável que continue a crescer a um ritmo exponencial, de acordo com a GlobalData, uma empresa de análise de dados com sede em Londres. Um relatório da GlobalData afirma que o mercado gerou 45,3 mil milhões de dólares em 2020 e prevê-se que o sector cresça a uma taxa de crescimento anual composta de 28% entre 2021 e 2030. Até 2030, prevê-se que o sector gere mais de 500 mil milhões de dólares.
O sector pode ser dividido em duas partes principais - robôs industriais e robôs de serviço. Os robôs de serviço prestam assistência aos seres humanos, realizando tarefas como o manuseamento de explosivos, o combate a incêndios, a entrega em hospitais, etc.. Embora se tenha verificado que o potencial do mercado de serviços é maior do que o do outro, prevê-se que os robôs industriais sejam adoptados e cresçam mais rapidamente na próxima década.
Perigos da aplicação de robôs
De acordo com um manual publicado pela Occupational Safety and Health Administration (OSHA), os estudos indicam que muitos acidentes com robôs ocorrem durante a montagem, instalação e teste, onde os trabalhadores são expostos pela primeira vez à aplicação do robô - e não durante as condições normais de funcionamento.
A OSHA identificou vários perigos que os robots representam para os seres humanos. Os erros de controlo, por exemplo, são falhas no sistema de controlo que podem criar um comportamento errático ou um aumento da energia perigosa da máquina. Os riscos mecânicos também podem resultar num funcionamento inesperado, tornando o robô imprevisível e perigoso. Os sistemas de alimentação do robô podem ser interrompidos e levar a avarias, o que aumenta o risco de choques eléctricos ou incêndios.
Os riscos adicionais incluem uma instalação incorrecta, causas ou interferências ambientais que podem influenciar o desempenho de um robô, acesso não autorizado a uma área protegida ou uma vasta gama de erros humanos, como uma programação, interface ou manutenção deficientes, entre outros.
Exemplos de riscos
Num caso, em 2018, um robô construído pelo serviço de entrega de alimentos Kiwi incendiou-se devido a um erro humano. Uma bateria defeituosa tinha sido inserida no robô, causando uma fuga térmica - um dos principais riscos associados às baterias de iões de lítio. Se a temperatura interna de uma bateria exceder um determinado limite, ocorre a fuga térmica, que pode destruir a bateria ou provocar um incêndio.
Uma grande mercearia em linha em Andover, no Reino Unido, tinha investido fortemente na automatização para acelerar as entregas ao domicílio. Em 2019, ocorreu um incêndio no seu armazém quando uma avaria numa unidade de carregamento da bateria fez com que um robô se incendiasse. O fogo ardeu durante quatro dias e destruiu o local. Dois anos mais tarde, o mesmo local voltou a incendiar-se devido a uma avaria que provocou a colisão de três robôs.
Finalmente, em agosto de 2021, a General Motors anunciou que iria proceder à recolha de todos os Chevrolet Bolt que já tinha fabricado devido a uma série de incêndios que tinham afetado os modelos Bolt. A empresa atribuiu o problema a dois defeitos ocorridos nas baterias dos carros, que podem ter sido causados por um robô de montagem de fábrica desalinhado.
Sub-rogação e reparação
Em casos como o de avaria e combustão espontânea de uma bateria, avaria do carregador de baterias, colisão aleatória de robôs ou desalinhamento ou programação incorrecta de um robô de montagem, é importante considerar a sub-rogação. A proteção e a salvaguarda das provas são fundamentais.
Também é importante ter em conta a reparação. As empresas que incorporam robôs são normalmente de grande dimensão e a perda de rendimentos é muitas vezes substancial. Para tal, é necessário reunir uma equipa de especialistas em ambiente, consultores de construção e engenheiros de equipamento para garantir protocolos de recuperação adequados até que as instalações estejam totalmente recuperadas.
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Tags: fabrico, risco, tecnologia